A importância da avaliação cardiológica pré-operatória
De acordo com pesquisas, os eventos cardíacos pré e pós-operatórios são a maior causa de morbidade e mortalidade em cirurgias eletivas não cardíacas.
Sendo assim, a avaliação cardiológica pré-operatória deve ser realizada em todos os pacientes que têm indicação de procedimento cirúrgico.
É nessa avaliação que se estima o risco cirúrgico e se propõe medidas para redução da margem de riscos.
Nessa pré-avaliação, são avaliados três elementos: variáveis clínicas, a cirurgia em si, e a capacidade funcional.
O primeiro passo é conhecer a história completa do paciente e realizar exames físicos detalhados.
Em segundo, avaliar o risco envolvido e estudar outras maneiras de assegurar o bom andamento da cirurgia e do pós operatório.
Para pacientes cujo médico acredita que têm um risco maior que o habitual ou que este não pôde ser bem avaliado apenas com os exames físicos, os testes funcionais desempenham papel complementar e fundamental.
Para pacientes de risco moderado a alto, os exames que antecedem a cirurgia reduzem a probabilidade de eventos cardiovasculares durante e depois da operação.
Diagnosticados os riscos de níveis médio e alto, são realizadas modificações nos procedimentos cirúrgicos que vão desde o uso de beta-bloqueadores, clonidina e estatinas, até o cancelamento da cirurgia.
Lista de exames normalmente solicitados na avaliação pré-operatória:
- Exames de Sangue – apresenta as taxas sanguíneas, nível de açúcar no sangue, coagulação, funcionamento do fígado e rins, além de outras informações. Também pode ser determinado o tipo sanguíneo, caso o paciente precise de transfusões de sangue durante a cirurgia.
- Exame de Urina – verifica funcionamento dos rins e se existe alguma infecção.
- Radiografia de Tórax – verifica os pulmões.
- Eletrocardiograma – verifica se não existem alterações cardíacas.
Para saber mais sobre avaliação cardiológica pré-operatória, ligue na Braile Cardio no telefone: (17) 4009-3939
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Eu preciso passar por um cardiologista antes de qualquer cirurgia?
Dra. Daniela Fontes Araújo – cardiologista da Braile Cardio.
Primeiramente, se você já passou por um procedimento cirúrgico, provavelmente já se deparou com uma lista de exames laboratoriais e com a solicitação, por parte do cirurgião, de uma avaliação cardiológica pré-operatória.
Mas, por que será tão importante esta avaliação e para quais tipos de pacientes ou cirurgias esta avaliação se torna necessária?
O sucesso de um procedimento cirúrgico depende não só da aptidão e da habilidade técnica do cirurgião como também do preparo prévio e dos cuidados no perioperatório.
Durante uma cirurgia, por mais simples que seja o nosso organismo fica exposto ao estresse cirúrgico e corre riscos de emergências cardiorrespiratórias. Portanto, quanto maior a complexidade do procedimento, maiores as chances de complicações.
Procedimentos Cirúrgicos
Basicamente, os procedimentos cirúrgicos podem ser divididos em:
Minimamente invasivos: endoscópicos, catarata, mama, cirurgias superficiais;
Moderadamente invasivos: ortopédicas, próstata, intra-abdominais, intra-torácicas, cirurgias endovasculares e de cabeça e pescoço;
Altamente invasivos: cirurgias vasculares (aórtica, grandes vasos e vascular periférica), além das cirurgias de urgência e emergência;
A estimativa é que 5% das cirurgias de maior porte apresentem algum tipo de intercorrência cardiovascular maior, incluindo arritmias, infarto agudo do miocárdio e acidente vascular cerebral.
Avaliação pré-operatória
A avaliação pré-operatória inicia-se pela anamnese e exame físico cuidadoso e orientado, avaliando entre outros pontos:
- história da doença atual e de seu tratamento;
- tolerância ao exercício;
- última visita ao clínico;
- medicações em uso e história de alergia.
- qualquer condição de doença crônica, particularmente os aspectos cardiovasculares, pulmonares, hepáticos, renais, endócrinos e neurológicos;
- a atenção redobrada em pessoas que apresentam maior vulnerabilidade, como hipertensos, diabéticos e idosos;
- antecedentes anestésicos e cirúrgicos (importando: complicações, dor, náuseas e vômitos, sangramentos, transfusão, febre, reações adversas, tempo de internação, terapia intensiva);
- sangramentos e cicatrização.
Exames laboratoriais
Quando necessário, são solicitados exames complementares, como por exemplo: eletrocardiograma, raio X tórax, ecocardiograma e/ou testes de esforço. Essa lista de exame é definida a partir de dados sugestivos encontrados na história e no exame físico e, também, na necessidade de monitorizar condições clínicas específicas que possam sofrer alterações durante as cirurgias ou procedimentos associados.
Portanto, a avaliação cardiológica inicial é importante ferramenta na avaliação pré-operatória. Ela estima, além do risco cardíaco, os riscos de complicações pulmonares, neurológicas e/ou infecciosas, determinando a capacidade funcional e definindo em conjunto com o cirurgião e o anestesista a melhor técnica cirúrgica e melhores circunstâncias para a realização da cirurgia (pós operatório em UTI, reajuste de medicamentos.
Além disso, outros efeitos da avaliação pré-operatória ambulatorial incluem:
- redução da permanência hospitalar;
- redução do período de internação pré-operatório;
- aumento do número de operações ambulatoriais, reduzindo assim em cerca de 30% o risco de suspensão da cirurgia por qualquer fator adverso no dia do procedimento.
Com tudo isso em dia, os cardiologistas, anestesistas e cirurgiões agradecem!
Fonte: Revista Saúde – São José do Rio Preto
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